sábado, 13 de dezembro de 2014

O NOME DELA É ISABELA






Isabela. Morena, longos cabelos cacheados e um corpo violão que deixava os homens enlouquecidos. Apesar de todos os seus atributos, Isabela não reparava no alvoroço que provocava.

A jovem de apenas 20 anos trabalhava no centro da cidade como vendedora de uma grande loja popular. Notadamente era a que mais vendia. Não apenas por sua competência, mas como foi dito acima, pelos seus atributos.

E como era de se esperar, tamanha popularidade e encanto logo começou a incomodar algumas colegas. Imagine, elas se cutucavam, aquilo era jeito de vir trabalhar? Com aquela calça jeans branca entrando na bunda e marcando a frente? O dono da loja já havia reparado, um pouco constrangido. Porém, quando a Isabela se postava na frente da loja esperando os clientes, poucos minutos depois já tinha uns cinco homens atrás dela desejando “comprar” alguma coisa. Isabela garantia suas vendas e, além do mais, se comportava bem. Não era uma vadia ou coisa parecida. Era uma boa moça.

Mesmo assim, com as vendas bombando, as colegas de Isabela pediram para se reunirem com o patrão. E durante a reunião exigiram que ele tomasse uma providência. Afinal, Isabela estava passando de todos os limites. Zeca escutou, não gostou e depois que as mulheres terminaram suas lamúrias, ele perguntou:

Vocês querem então que eu chegue para Isabela e diga: minha filha, troque suas calças, pois ela está marcando seu rabo e as suas colegas não estão gostando. É assim?
Lógico que todas ficaram chocadas com o jeito rude do Zeca. Mas a Cris logo se recuperou do susto e devolveu:
− Não precisa ser assim tão grosso. Basta dizer à moça que se vista mais decentemente.
− Bem, mas eu não posso dizer isto. Ela pode entender mal. Digam vocês.
Feito isto, a reunião terminou. Zeca deu as costas e deixou meia dúzia de colaboradoras furiosas. Cris, com a mão na cintura, declarou:
− Me sinto autorizada a dizer para a Isabela como se vestir. Não foi isto que ele disse?

Sim, foi isto, concordaram todas. E seria naquele dia mesmo, aproveitando que Isabela tinha se apresentado ao trabalho com uma microssaia que quase mostrava a bunda. Foi depois do almoço. Encontraram-se ambas no banheiro da loja. Cris disparou:

− Muito linda sua saia. Pena que não é apropriada para o local de trabalho.

Isabela retocava o batom vermelho sexy nos lábios carnudos. Olhou de soslaio para a colega e perguntou:

− Você acha?
− Mulher decente não anda vestida assim. É só um conselho.
− Obrigada.

Cris esperou que Isabela retrucasse, mas a outra se concentrou em aplicar o batom e não lhe deu mais bola. Lá fora as colegas esperavam com curiosidade. Quando Cris saiu foi cercada imediatamente.

− E então? Você falou? O que ela disse?
− Nada. Veremos amanhã.

Isabela trabalhou normalmente a tarde toda. Era perto do Natal e ela mais uma vez bateu o recorde de vendas, principalmente com a clientela masculina. No dia seguinte, portanto, Isabela apareceu vestida sobriamente. A saia quase arrastava nos pés e apesar do calor, a camisa lhe tapava os braços, nada revelando dos seios poderosos.

Para os colegas homens aquele foi um dia de tristeza não somente porque as vendas caíram. Não poder olhar a bunda da Isabela enquanto ela se movimentava graciosa pela loja era um desperdício. O Zeca também estava abalado. Um que outro cliente entrava na loja. Durante aquela semana foi assim. Com a loja às moscas.
Quando iniciou a semana seguinte e Isabela apareceu vestindo uma calça saruel, larga e de tons nude, o Zeca deu um berro. Quem estava na loja achou que o homem estava sofrendo um ataque cardíaco. Na verdade, era um surto de raiva. Ele apontou o dedo direto para a moça. Os olhos arregalaram e quando ele falou a saliva saltou e pegou em quem estava perto:

− Isabela! Volte para casa e só me apareça aqui vestindo uma roupa decente!

Isabela quase se encolheu. Encarou o patrão e falou baixinho:

− Mas seu Zeca… Esta é uma roupa decente.
− Queremos ver sua bunda, seus peitos, suas coxas! O que você tiver! Só volte para esta loja quando tiver algo para nos apresentar!

Os homens aplaudiram, contudo as colegas se cutucaram. Como assim? O velho estava louco?

− Olha só, seu Zeca – começou a miar a Isabela, − é que eu moro longe e até eu voltar...
− Tá aqui – Zeca se aproximou dela e abriu a carteira. Tascou duas notas de cem reais nas mãos dela e ordenou. – Vá em algum lugar e compre uma roupa de puta. Entendeu? Já!
− Sim senhor.

A jovem desapareceu da loja e alguns juraram que ela não voltaria mais. Porém, meia hora depois Isabela apareceu vestindo um short vermelho e um top pink. Entrou na loja como se fosse uma rainha, com meia dúzia de fregueses atrás.


O natal daquele ano na loja do seu Zeca foi um sucesso.

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