sexta-feira, 22 de maio de 2015

A GOSTOSA E O PEÃO (Cap. 1)

O que eu posso dizer do Sandro? Um cara legal, bom marido, sempre disposto a satisfazer meus caprichos. Minhas amigas viviam dizendo que Sandro era o marido nota 10, o tipo de homem que qualquer mulher gostaria de ter ao seu lado pelo resto da vida.

Do lado de fora, claro, tudo eram flores. Contudo, meu maridinho tinha um grande problema. Ele não era nada criativo no sexo. Era sempre a mesma coisa, o tal papai e mamãe, sem nenhuma variação. No início me sujeitei àquele relacionamento morno. Quando eu o conheci, recém havia perdido o emprego e estava com uma mão na frente e outra atrás. Sandro surgiu em minha vida como uma espécie de tábua de salvação. Sua situação social e financeira era boa e estes dois quesitos me conquistaram imediatamente. O fator sexo deixou a desejar desde o primeiro encontro, mas achei que aquilo poderia ser revertido à medida que nos conhecêssemos melhor.

Infelizmente, enganei-me. Ainda assim casamos, pois eu precisava garantir meu futuro e estabilidade. Mais tarde conquistei um excelente emprego por méritos próprios, porém me continuei casada com Sandro. Ele era um cara legal. No sexo, um desastre.

Apesar de viver insatisfeita neste ponto, até o momento eu não havia traído meu marido. A ideia passava pela minha cabeça, porém simplesmente não tinha surgido uma oportunidade bacana.

Até o dia que eu conheci o Vando.
*

 Sandro resolveu comprar uma casa em um condomínio fechado, o que achei maravilhoso. A casa era grande e decidimos reformar para ficar do nosso jeito. Meu marido me nomeou como a encarregada de supervisionar as obras e todas as tardes eu reservava um tempinho da minha agenda para ir até minha futura casa ver o andamento das coisas.

Era uma tarde de quarta-feira quando estacionei o carro na frente da nova residência. Desci altiva, de saltos altos e minissaia, ignorando o olhar da peonada. O mestre de obras, seu Toni, adiantou-se para me receber cheio de mesuras e ansioso para me contar as novidades. Muito animado, levou-me para dentro de casa. Queria me mostrar o banheiro novo.

— Dona Ângela, quero que a senhora veja o piso que estamos colocando para a senhora — foi dizendo ele enquanto nos dirigíamos para lá. — Mudou completamente a peça.

Fiquei curiosa. Quando parei frente à porta do banheiro, seu Toni me apresentou um rapaz que, agachado, finalizava aquela parte:

— Este é o Vando. Contratei no lugar do outro que pediu as contas.

Meus olhos então se fixaram para onde seu Toni apontava. Vando, ah, Vando... De onde saíra aquele peão magnífico? Moreno do sol, cabeça raspada, algumas tatuagens e olhos negros. Vestia uma bermuda jeans e uma camisa de marca toda rasgada. Parecia um top model, artista de cinema, qualquer coisa do gênero. Senti um calor percorrer meu corpo, em uma eletricidade intensa. Logo me recompus. Não podia dar na vista que eu estava tão excitada.

— Boa tarde, Vando — cumprimentei com a voz firme. — Excelente trabalho o seu. Parabéns.

Ele apenas balançou a cabeça e este simples gesto quase me desmontou. Em menos de cinco minutos eu estava excitada e louca para agarrar aquele homem. Infelizmente meu tempo era curto e eu tinha um compromisso para logo mais. Conversei mais um pouco com seu Toni tentando disfarçar o calorão. Quando me despedi de ambos, percebi que Vando também me observava com curiosidade e desejo. Entrei no carro e liguei o ar-condicionado ao máximo. Não lembrava a última vez que tinha sentido algo parecido por um homem.

*

Retornei para casa próximo das oito horas da noite. Precisava urgentemente fazer sexo. Sandro já estava em casa. Abri a porta do apartamento e me deparei com meu marido sentado no sofá, de cueca samba canção e bebendo cerveja na latinha. O quadro da dor. Uma barriguinha já ousava se formar, inclusive... Era o resultado de tanto sedentarismo. Céus, como ele era diferente do Vando!       
 
Na hora que me deparei com aquela cena deprimente, resolvi que iria me aliviar sozinha mesmo. Beijei-o, conversamos um pouco sobre a reforma e depois de uns 10 minutos eu avisei que iria tomar banho. Mal fechei a porta do banheiro, arranquei minhas roupas e comecei a me masturbar sentada no piso frio. Achei meu grelhinho rapidamente — coisa que nem em mil anos o Sandro irá conseguir descobrir — e não demorou muito para eu alcançar um orgasmo daqueles. Não me contive e soltei um gemido alto demais. E antes que eu pudesse me recompor, Sandro escancarou a porta do banheiro que eu havia esquecido de trancar...

Para minha vergonha, meu marido me encontrou sentada no chão, de pernas abertas e em uma posição muito suspeita.

Ele não disse nada nos primeiros segundos, mas era evidente o seu choque. Levantei do chão com o rosto em chamas, enquanto ele me encarava fixamente. Eu não sabia o que dizer. Somente quando fiquei em pé, Sandro murmurou:

— Achei que fosse capaz de satisfazer você.

A porta foi fechada com um estrondo e eu me mantive por uns cinco minutos sem me mexer, meio que paralisada. Em hipótese alguma eu queria magoar Sandro, mas o fato é que Vando não saía da minha mente, mesmo que eu não tivesse escutado sequer a sua voz e não soubesse nada sobre ele.


Naquela noite ainda, depois que saí do banho, ele mal me olhou. Foi deitar bem depois de mim, como se quisesse me evitar.

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