sábado, 23 de maio de 2015

A GOSTOSA E O PEÃO (Final)

Sandro chegou e me encontrou exausta sentada no sofá. Ainda estava emburrado, mas para minha surpresa, disposto para sexo. Nem acreditei. Justo naquele dia? Quando percebi Sandro estava em cima de mim, beijando meu pescoço e tocando nos meus seios. Consegui apagar a luz do abajur da sala e ficamos na penumbra. Meu receio era que Sandro enxergasse algum hematoma em mim. Nós transamos do mesmo jeito de sempre; sem graça nenhuma. Felizmente foi uma transa leve, pois uma mais pesada eu não teria condições de suportar. Depois do sexo, Sandro se levantou e foi tomar banho. E não deu mais bola para mim a noite inteira.

Na sexta-feira choveu e seu Toni avisou que dispensara os peões. Minha frustração foi grande. O que eu mais desejava era invadir aquela obra e foder com Vando até me acabar. Me masturbei o final de semana inteiro pensando nele, no meu gato. Lembrei que da próxima vez que eu o visse perguntaria mais sobre sua vida. Quem sabe ele necessitasse de alguma ajuda financeira? Nem por um momento me preocupei se ele teria algum tipo de relacionamento. Aquilo para mim era irrelevante. Eu tinha certeza de que ele seria meu. Onde Sandro ficaria nesta história eu não tinha certeza.

No início da semana minha intenção era que tudo se repetisse como da outra vez. Eu aportaria no meio da tarde na obra, me trancaria com Vando em algum lugar e teríamos uma sessão de sexo forte e caliente. Estacionei o carro no mesmo lugar e desci ciente de que esbanjava sensualidade com minhas calças justíssimas e uma blusa decotada. Os peões pararam de trabalhar quando me viram e seu Toni saiu apressado lá de dentro quando percebeu minha chegada.

— Dona Ângela… — ele parecia meio ansioso. — Achei que a senhora não viesse hoje.
— Ué? Mas você sabe que sou eu a responsável por vistoriar a obra.

Naquele momento Sandro saiu de dentro da casa e eu congelei. Ele estava diferente. Arrogante, até. Ao me ver, se aproximou de mim e me beijou no rosto.

— Não precisa mais se preocupar, meu amor. Decidi que daqui para frente eu mesmo virei aqui supervisionar tudo.

Abri a boca para protestar. Não era possível. Será que Sandro tinha desconfiado de alguma coisa?

— Mas eu…
— Sei que você se cansa de vir aqui sempre. Além disso, acho que estou muito afastado das obras.
— Você não confia em mim? — consegui perguntar. Reparei que Vando observava tudo lá de dentro da casa.
— Claro que sim. Só não quero dar mais trabalho para você.

Seu Toni assistia nosso debate muito interessado.

— Escute, Sandro. De maneira nenhuma eu me importo de vir aqui.  Adoro ver o que está acontecendo. Além disso, eu e seu Toni nos entendemos muito bem.
— Ah, mas eu e nosso querido mestre de obras nos entendemos até pelo olhar. Fique tranquila. Eu assumo isto aqui agora.
— Tudo bem — disse eu furiosa, porém controlada. Peguei a chave do carro e decidi que iria embora antes que acertasse um soco no meu marido. — Vou voltar para meu trabalho.
— Faça isto.

Beijamo-nos sem vontade e fui embora. Sandro que me aguardasse. Os chifres que eu instalaria na sua cabeça seriam tão imensos que tão cedo ele não passaria por porta alguma.

*

Naquela noite nos tratamos bem, porém friamente. Sandro chegou mais tarde, contou-me sobre a obra, tudo de forma bem natural. Fiz de conta que estava muito interessada, quando na verdade eu queria esganar o cretino. Ele ainda me anunciou que no outro dia passaria a tarde na obra, fiscalizando tudo. Pobre do seu Toni e operários. Sandro era o maior pentelho do mundo e com certeza iria mais atrapalhar que ajudar.

Dia seguinte eu não fui para o trabalho como Sandro imaginou. Com um simples telefonema cancelei todos meus compromissos para aquela manhã e apareci na obra pouco depois das nove horas. Por algum motivo, seu Toni me recebeu tenso e sem jeito. Não sei o que Sandro teria dito a ele sobre mim, contudo eu pouco me importava.

— Onde está o Vando? — perguntei curta e grossa.

O homem pigarreou e nem respondeu. Fez apenas um sinal com a cabeça indicando que o Vando estava no interior da casa. Entrei decidida a ter a maior foda de todos os tempos com meu gato lindo. Escutei algum ruído no piso superior da casa e subi em seguida. O som vinha do banheiro. Sim, provavelmente Vando estivesse dando um retoque por lá. Nem bati na porta. Abri de supetão, esperando encontrar meu príncipe em suas roupas rústicas de trabalho pronto para me foder por todos os lados.

Gritei.

*

 De repente pareceu que o mundo tinha parado. Eu, na porta, sem me mexer. Meus olhos estavam fixos em Sandro. De quatro, era currado por Vando. Aliás, Vando parecia estar com muito mais apetite com meu marido do que comigo. Sandro me olhou e empalideceu. Vando de imediato parou de meter no rabo do meu marido. Ficamos por uns bons trinta segundos nos encarando, nenhum dos três acreditando que aquilo estava acontecendo.

Depois de um tempo achei que fosse desmaiar. O banheiro rodou e eu me segurei firme na porta até a sensação ruim passar. Vando se desgrudou do Sandro, este se levantou puxando as calças e eu comecei a andar de ré, louca para sair daquele lugar.

— Não é bem isto que você está pensando.

Sandro disse a frase clichê mais pálido que eu. Vando puxou as calças para cima e me olhou como se estivesse se desculpando.

— Ele me ofereceu uma grana. Não pude recusar.
— Tudo bem — murmurei.

Dei meia volta e fiz a única coisa digna que podia fazer: caí fora. Passei reto por seu Toni e não olhei para os lados e nem para ninguém. Fui direto para casa, peguei todas as roupas do Sandro e coloquei de qualquer jeito dentro de uma mala ou duas. Mais tarde, entrei em contato com seu Toni e pedi o celular do Vando. Em pouco tempo eu já estava falando com ele.


— Venha para minha casa agora. 

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